quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

IMPOTÊNCIA SEXUAL - DISFUNÇÃO SEXUAL

Mito Masculino - Temor de Desempenho

Vivemos ainda em uma sociedade muito machista, infelizmente para todos nós. Para os homens, em especial, existe uma pressão desenfreada para a atividade sexual predatória. O que caiu na rede é peixe! E existe, por sinal, um mito milenar de que os homens estão sempre aptos ao sexo, independente de qualquer outro fator. Devem sempre estar com desejo, devem ter plena ereção e não falhar jamais.

Essa situação é um peso muito grande para os ombros de qualquer um. A bem da verdade, qual o homem ao qual nunca lhe faltou potência?

Qual a mulher cujo parceiro já não perdeu a ereção alguma vez na vida?

É necessário desmistificar essa situação. A impotência (disfunção erétil) só se torna um problema ou uma doença quando ela predomina na vida sexual de um homem. Ou seja, quando há uma incapacidade persistente ou recorrente (repetida) de manter uma ereção até a conclusão da atividade sexual. Alguns se queixam de falta completa de rigidez para conseguir uma penetração. Outros conseguem ter o pênis rijo, mas na hora de introduzi-lo perdem a potência.

Atenção! A eventual ocorrência de perda de ereção não é considerada impotência.

O que causa a perda da ereção?

As pesquisas são contraditórias: algumas apontam que 90% da impotência tem causa emocional.

O estresse do dia-a-dia.

A discórdia conjugal.

A falta de atração pela parceira.

A ansiedade ou depressão.

O temor de não desempenhar o sexo adequadamente.

Conflitos emocionais antigos.

Culpa e repressões sexuais.

São algumas das causas psíquicas comuns.

Outros trabalhos científicos relatam que a disfunção erétil nos homens é, na maioria dos casos, orgânica, principalmente quando o homem tem mais que 50 anos.

A deficiência de alguns hormônios masculinos como a testosterona.

Excesso de prolactina.

A presença de algumas doenças como o diabete melito.

O uso de medicações que combatem a hipertensão.

A anormalidade vascular peniana.

São fatores orgânicos importantes a serem levados em consideração na avaliação dessa disfunção sexual.

E tem cura?

Podemos pensar que há uma soma desses fatores orgânicos e emocionais na determinação da impotência. Para o tratamento, então, devemos combinar algumas técnicas terapêuticas para obtenção de maior sucesso.

Após alguns exames de rotina, detectamos a presença ou não de algum problema orgânico. Por exemplo, se há falta de testosterona, podemos repor através de uso de medicação. Se há problema vascular ou neurológico, podemos até indicar cirurgia ou colocação de prótese. Entretanto, tais métodos mais evasivos são de última escolha no tratamento da impotência, só utilizados quando quaisquer outros métodos já falharam completamente.

Quando não há muitos achados positivos nos exames, podemos empregar um tipo de tratamento psicológico, denominado psicoterapia cognitivo-comportamental, que é baseado em tarefas sexuais progressivas e orientação.

O uso concomitante de algumas medicações que provocam a ereção tem elevado o sucesso terapêutico em muitos casos. Entretanto, os mesmos nunca devem ser utilizados sem acompanhamento médico especializado.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

CONHEÇA ALGUNS MITOS E VERDADES EM SAÚDE E ALIMENTAÇÃO

Excesso de gordura saturada enfraquece o sistema imunológico?

Verdade. O corpo não consegue combater bactérias com a mesma eficácia se uma grande quantidade de gordura saturada for ingerida

Não posso comer mais de três ovos por semana?

Mito. O aumento do colesterol não está apenas relacionado aos níveis de colesterol encontrados nos alimentos (o ovo é rico em colesterol). A gordura saturada tem efeito maior em relação à produção de LDL colesterol.

Algumas pessoas nasceram para ser obesas?

Mito. O aumento do colesterol não está apenas relacionado aos níveis de colesterol encontrados nos alimentos (o ovo é rico em colesterol). A gordura saturada tem efeito maior em relação à produção de LDL colesterol.

Ter uma alimentação rica em fibras auxilia no emagrecimento?

Verdade. Alimentos ricos em fibras estimulam a mastigação, que exerce um efeito direto sobre o hipotálamo, produzindo sensação de saciedade. Além disso, as fibras retardam o esvaziamento gástrico, o que aumenta a sensação de saciedade e diminui a ingestão de outros alimentos. As fibras também auxiliam no funcionamento intestinal e podem interferir na absorção de nutrientes, especialmente gorduras e açúcares.

Fazer exercícios com agasalhos e plásticos enrolados no corpo ajuda no emagrecimento?

Mito. Causa perda exagerada de água e pode provocar desidratação durante o exercício. É importante destacar que suar não indica emagrecer, mas simplesmente perda de água pelo organismo.

O uso de microondas faz mal à saúde? Tampar alimentos diminuiria o risco?

Mito. Em primeiro lugar, se o microondas pudesse realmente vazar alguma radiação, os níveis desta liberação seriam insignificantes e não ofereceriam perigo à saúde. É o que garante o Centro Americano para Aparelhos e Saúde Radiológica, uma unidade do Food and Drug Administration (FDA), órgão que regulamenta a segurança doméstica dos aparelhos de microondas. Tampar alimentos no aparelho apenas impede de sujar as paredes do microondas. Devem-se utilizar utensílios de vidro para tampar, pois os de plásticos, quando aquecidos, liberam substâncias tóxicas e cancerígenas ao alimento.

Comer banana reduz cãibra?

Verdade. As cãibras podem ocorrer por diversos motivos, um deles é pela falta do potássio. A banana é rica em potássio e pode contribuir para o desaparecimento das cãibras

Consumir tomate ou molho de tomate pode diminuir os riscos de câncer de próstata?

Verdade. Existem diversos estudos que comprovam que o consumo de tomates ou molhos de tomate, por serem ricos em licopeno, diminuem as chances de aparecimento de câncer de próstata e outros tipos de câncer.

Comer abacate engorda?

Mito. O abacate, apesar de bastante calórico, se consumido na quantidade adequada, não causa ganho de peso. A gordura presente no abacate é monoinsaturada, saudável, capaz de aumentar o colesterol HDL (bom) e reduzir o colesterol LDL (ruim).

Suco de laranja com beterraba cura a anemia?

Mito. A beterraba contém uma pequena quantidade de ferro que não é bem absorvida pelo organismo, mesmo na presença do suco de laranja (rico em vitamina C) que melhora a absorção do ferro.

Limão “afina” o sangue?

Mito. O limão é um alimento fonte de vitamina C que auxilia na absorção do ferro, mineral muito importante na constituição do sangue; não existe relação entre "afinar" o sangue.

Ficar sem comer emagrece?

Mito. O jejum faz com que seu metabolismo fique mais lento, dificultando o emagrecimento.

Comer manga com leite faz mal?

Mito. Isso surgiu para evitar que os escravos roubassem leite das fazendas, já que havia muita manga disponível para eles. Não existe nenhuma comprovação científica de que estes alimentos, quando ingeridos em conjunto, façam mal à saúde.

Guardar banana na geladeira pode ser prejudicial para saúde?

Mito. A banana é uma fruta que amadurece muito rapidamente, e que pode ser conservada na geladeira para retardar esse processo num período de 3 a 5 dias.

Comer massa à noite engorda?

Mito. Qualquer alimento ingerido em quantidades acima das necessidades individuais ocasionará um aumento do tecido adiposo (gordura), armazenado para a futura utilização como fonte energética.

Temperar carne vermelha com limão diminui a gordura da carne?

Mito. O limão é riquíssimo em vitamina C e vitaminas do complexo B. Também aparecem em grande quantidade sais minerais como ferro, cálcio, silício, cobre, magnésio e iodo. Apesar de toda essa gama de nutrientes, a fruta é incapaz de diminuir a gordura existente nas carnes. O suco de limão apenas deixará a carne mais macia.

A semente do maracujá pode causar algum mal ao organismo?

Mito. Consumir sementes de maracujá ajuda a combater ou prevenir vermes e fungos, além de melhorar o trânsito intestinal devido à alta quantidade de fibras.
 

sábado, 20 de novembro de 2010

MÉDICO NEFROLOGISTA | Saiba quando você deve procurar um

Antes de mais nada, é preciso explicar o que é a nefrologia e, por consequência, o que faz o médico nefrologista.

O termo Nefros vem do Grego e significa Rins. Logo, nefrologista é aquele que estuda as funções e as doenças dos rins.

Então, você me pergunta: E o Urologista?

A Urologia é a especialidade cirúrgica que lida com o trato urinário e reprodutivo.

Portanto, o nefrologista é o clínico especializado no sistema urinário e o urologista, o cirurgião. É a mesma relação que há, por exemplo, entre os cardiologistas e os cirurgiões cardíacos, e entre os neurologistas e os neurocirurgiões.

A principal doença com que o nefrologista lida é a insuficiência renal crônica, estado em que o rim funciona menos de 60% de sua capacidade.

Apesar de ser a doença chave da especialidade, a maioria dos doentes chegam a nós nefrologistas com menos de 30% da função, em uma fase que pouco pode ser feito para tentar impedir o avanço da doença em direção a hemodiálise. Isso obviamente não é culpa só dos pacientes, mas principalmente dos seus médicos que demoram a referenciar ao nefrologista seus doentes renais crônicos.

Os pacientes renais crônicos que chegam ao nefrologista precocemente apresentam:

- Menor mortalidade;

- Melhor controle da pressão arterial;

- Menos doenças associadas a falência renal como lesões ósseas, anemia, desnutrição e doenças cardiovasculares;

- Menor perda de função renal e consequentemente maior chance de não evoluírem para hemodiálise;

- Aqueles que acabam precisando de hemodiálise, apresentam menos complicações e menor mortalidade, além de um melhor preparo e menor tempo para o transplante renal se for este o desejo do paciente;

- Podem receber tratamento em tempo hábil para doenças que levam a insuficiência renal terminal quando não tratadas corretamente.


Então, quando é que se indica uma avaliação pelo nefrologista ?

• Quando há alterações na taxa de creatinina sanguínea, que é o principal marcador da função renal;

• Quando a urina estiver espumando muito ou quando for detectado presença de proteínas na mesma em exames laboratoriais;

• Quando a urina estiver muito escura ou avermelhada, ou quando exames laboratoriais indicarem presença de sangue na urina, mesmo que esta seja microscópica e imperceptível ao paciente;

• Infecção urinária de repetição, principalmente se forem mais de 3 episódios por ano;

• Mais de 1 episódio de cálculo renal. O urologista trata os cálculos, mas é o nefrologista quem impede que novas pedras surjam;

• Diabéticos e hipertensos de longa data devem ter pelo menos uma avaliação com o nefrologista já que as duas doenças são as principais causas de insuficiência renal crónica e necessidade de hemodiálise no mundo;

• Aparecimento de edemas (inchaços) difusos, principalmente nas pernas e no rosto;

• Alterações no potássio, sódio, fósforo, ácido úrico, magnésio e cálcio sanguíneos que o clínico geral não identifique facilmente;

• Aparecimento de múltiplos cistos renais em exames como ultra-som (ecografia), tomografia computadorizada ou ressonância magnética. História familiar de rins policísticos também indica uma consulta ao nefrologista;

• Alterações na forma ou tamanho dos rins descobertos através dos exames de imagem descritos acima

• Doentes portadores de Lúpus;

• Excesso de urina.

Uma referenciação em tempo certo ao médico nefrologista pode ser a diferença entre estar plenamente curado ou necessitar de hemodiálise para o resto da vida.

domingo, 14 de novembro de 2010

HEMORRÓIDAS | SINTOMAS E TRATAMENTO

Aprenda quais são os principais sintomas das hemorróidas e quais as opções de tratamento.


A porção terminal do trato digestivo é composta pelo reto, pelo canal anal e pelo ânus propriamente dito. Como em qualquer outra parte do nosso corpo, essa região é vascularizada por artérias e veias, que recebem o nome de artérias e veias hemorroidárias.

Porém, ao contrário das veias do resto do corpo, as veias hemorroidárias não possuem válvulas para impedir o represamento de sangue. Portanto, qualquer aumento da pressão venosa dessas veias, propicia o seu ingurgitamento.

Hemorróidas ou doença hemorroidária é o nome que se dá a essa dilatação das veias do reto e ânus, podendo vir acompanhada de inflamação, trombose ou sangramento.

As hemorróidas são classificadas em:

- Hemorróidas internas: quando ocorrem no reto

- Hemorróidas externas: quando ocorrem no ânus ou no final do canal anal.


As hemorróidas internas são ainda classificadas em 4 estágios:

- Hemorróidas grau I: não prolapsam através do ânus

- Hemorróidas grau II: prolapsam através do ânus durante a evacuação mas o retornam à sua posição original espontaneamente

- Hemorróidas grau III: prolapsam através do ânus e a sua redução só é conseguida manualmente

- Hemorróidas grau IV: estão prolapsadas através do ânus e a sua redução não é possível


As hemorróidas internas grau I não são visíveis; Hemorróidas grau II normalmente passam despercebidas pelos pacientes. Como o reto e o canal anal possuem pouca inervação, elas não costumam causar dor.

As hemorróidas externas são facilmente identificadas e costumam inflamar causando dor e/ou prurido (comichão).




Causas de hemorróidas

As hemorróidas são um distúrbio muito comum. Estima-se que na população acima dos 50 anos mais da metade sofra de hemorróidas em graus variáveis.




Os principais fatores de risco são:

- Constipação intestinal (prisão de ventre)

- Esforço para evacuar

- Obesidade

- Diarréia crônica

- Prender as fezes com frequência, evitando defecar sempre que há vontade.

- Dieta pobre em fibras

- Gravidez

- Sexo anal

- História familiar de hemorróidas

- Tabagismo

- Cirrose e hipertensão portal

- Ficar longos períodos sentados no vaso sanitário (há quem ache que o próprio design dos vasos propicie a formação de hemorróidas).



O hábito de evacuar agachado, e não sentado, muito comum no oriente médio e Ásia, está associado a uma menor incidência de hemorróidas.

Independente dos fatores de risco, as hemorróidas se formam quando há aumento da pressão nas veias hemorroidárias ou fraqueza nos tecidos da parede do ânus, responsáveis pela sustentação das mesmas.



Sintomas das hemorróidas

As hemorróidas podem ser sintomáticas ou não. Como já dito anteriormente, as internas tendem a ser menos sintomáticas. O único sinal indicativo da sua presença pode ser a presença de sangue ao redor das fezes ao evacuar.

O sangramento se apresenta tipicamente como pequena quantidade de sangue vivo que fica ao redor das fezes, e por vezes, fica pingando no vaso depois do término da evacuação. É comum também haver sangue no papel higiênico após a limpeza.

As hemorróidas internas podem causar dor se houver trombose ou quando o esforço crônico para se evacuar causa o prolapso da mesma para fora no canal anal. As hemorróidas internas de grau III e IV podem estar associadas à incontinência fecal e à presença de corrimento mucoso que provoca irritação e prurido anal.

As hemorróidas externas são por via de regra sintomáticas. Estão associadas a sangramentos e dor ao evacuar e ao sentar. Em casos de trombose da hemorróida, a dor pode ser intensa. O prurido é outro sintoma comum. As hemorróidas externas são sempre visíveis e palpáveis.

Apesar de ser uma causa comum de hemorragia retal, é importante nunca assumir que o seu sangramento é devido a hemorróidas sem antes consultar um médico. Várias doenças, como fissura anal, câncer do reto, doença diverticular e infecções também podem se manifestar com sangue nas fezes.

O sangramento costuma ser de pequena quantidade, mas, por ser frequente, pode levar a anemia em alguns casos.



Diagnóstico das hemorróidas

Nas hemorróidas externas o exame físico é suficiente para o diagnóstico. Nas internas é preciso realizar o toque retal e, na dúvida, a anuscopia (uma mini-endoscopia onde se visualiza o reto).

Em doentes idosos com sangramento pelo reto, mesmo que se identifiquem hemorróidas, é conveniente realizar a colonoscopia para se descartar outras causas. Como as hemorróidas são muito comuns nesta faixa etária, nada impede que o paciente tenha uma segunda causa para o sangramento, como um câncer do intestino.



Tratamento das hemorróidas - Remédios para hemorróidas

O médico especialista em hemorróidas é o proctologista.

Durante as crises, os banhos de assento com água morna podem trazer alívio para os sintomas agudos. Nas grávidas sugere-se compressas úmidas mornas. Deve-se também evitar limpar o ânus com papel higiênico, dando preferência ao bidê ou a jatos de aguá morna.

Nas pessoas com constipação intestinal, laxantes então indicados para se diminuir a necessidade de fazer força ao evacuar.

Pomadas e cremes para hemorróidas podem ser usados, uma vez que servem de lubrificante para a passagem das fezes e geralmente contém anestésicos em sua fórmula. O alívio é apenas temporário e não se deve usar esses cremes indefinidamente sem orientação médica. Supositórios com corticóides são outra opção quando há muita dor ou comichão, porém, é um tratamento que não deve ser usado por mais de 1 semana devido aos seus possíveis efeitos colaterais.

Um dieta rica em fibra diminui a incidência de sangramentos e pode aliviar também a coceira. Apesar de ser um dica muito famosa, não há provas de que alimentos com pimenta piorem os sintomas. Isto deve ser avaliado individualmente.

Nas pequenas hemorróidas externas com trombos o tratamento pode ser feito no consultório médico com uma pequena incisão, com anestesia local, para retirada dos coágulos. Isto é suficiente para o alívio dos sintomas.

Em casos mais graves, pode ser necessária a laqueação elástica. Uma borracha é introduzida na base das hemorróidas, causando estrangulamento e necrose das mesmas. Depois de alguns dias, ela sai sozinha pelo ânus junto com o elástico. É uma técnica que pode ser feita no próprio consultório do proctologista. Costuma ser indolor e muitas vezes não se usa nem anestesia.

Outra opção é a escleroterapia que consiste na injeção de uma solução química que causa necrose das hemorróidas. Uma terceira opção é a coagulação à Laser. Das três técnicas, a ligadura elástica é a que apresenta melhores resultados.

Se as técnicas pouco invasivas não surtirem efeito, ou se a hemorróida for muito grande, o tratamento é feito com cirurgia tradicional, chamada de hemorroidectomia.



Hemorróidas podem virar câncer?

NÃO! HEMORRÓIDAS NÃO VIRAM CÂNCER! Porém, os sintomas podem ser parecidos com os tumores intestinais, principalmente nasneoplasias do reto e ânus. Por isso, é importante estabelecer o diagnóstico diferencial, especialmente em maiores de 50 anos.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Arteriosclerose

A arteriosclerose é uma doença que leva ao endurecimento, fechamento e enfraquecimento dos vasos do sanguíneos. Ela ocorre devido a um depósito de gordura nesses vasos.

A doença pode acometer qualquer vaso sangüíneo, sendo os mais freqüentes: artéria aorta (principal vaso do corpo humano), artérias coronárias (as que irrigam o coração), artérias cerebrais (as que irrigam o cérebro) e as artérias periféricas (as que irrigam braços e pernas).

A arteriosclerose é caracterizada pela falta de flexibilidade das artérias (veias de grande calibre que levam o sangue do coração aos órgãos) resultante do espessamento e endurecimento das paredes em determinadas zonas do corpo. É mais freqüente nos homens e idosos.

É classificada patologicamente em 3 tipos: arteriosclerose calcificante focal (esclerose de Monkberg), a arteriosclerose e a aterosclerose.

A aterosclerose é a mais freqüente, atinge artérias de grande e médio calibre, desencadeada pela acumulação de gordura, cálcio e outras substâncias nas paredes internas das artérias. A zona onde há a acumulação chama-se de placa. Esta reduz o calibre da artéria provocando diminuição da quantidade de sangue que consegue passar e conseqüente aumento do esforço do coração para bombear. Este esforço provoca hipertensão arterial sistólica.

A superfície interna da artéria é lisa. Com aterosclerose torna-se irregular, o que constitui um obstáculo à circulação e facilita a formação de coágulos (trombos) no local da placa entupindo total ou parte da artéria impedindo ou diminuindo a passagem do sangue.

Os trombos formados sobre e placa ao se soltarem no cérebro provocam uma embolia ou trombose cerebral, se for no coração provocam um enfarte mas se for num membro (perna) o doente claudica (manca). Se a obstrução da perna for total, o sangue não passa e provoca gangrena. A gravidade e conseqüência da doença dependem do local onde ocorreu.


Causas da Arteriosclerose

- Idade avançada (a placa vai-se formando com o avançar da idade);

- Colesterol elevado (o excesso acumula-se nas paredes das artérias);

- Intoxicações (alteram a estrutura da parede das artérias);

- Diabetes (dificulta a cicatrização das lesões e se não for tratada pode causar insuficiência cardíaca ou insuficiência renal);

- Sífilis (a bactéria que provoca sífilis destrói a mucosa provocando cortes muito pequenos nesta mucosa);



Fatores de risco para Arteriosclerose

- Surge em pessoas com a idade compreendida nos 50 a 70;

- Sexo masculino até +/- 50 anos. As mulheres após a menopausa igualam;

- A hipertensão arterial altera a superfície interna das artérias, favorecendo a formação de trombos;

- O tabaco aumenta de uma forma bastante considerável o risco. Se o doente deixar de fumar melhora a evolução da doença;

- O colesterol elevado no sangue aumenta o risco de depositar o excesso nas paredes das artérias obstruindo-as;

- Ingestão de gordura em excesso na alimentação;

- Hereditariedade (Não é genético mas há uma alteração metabólica em algumas famílias tornando-as mais propensas);

- Vida sedentária (A atividade física reduz o colesterol e melhora a circulação).

 
 
Diagnóstico

- O cardiologista ou cirurgião vascular é o médico especialista para esta doença;

- Quando o doente chega no hospital, deve-se tentar saber o máximo de informações possíveis sobre o que sente, hábitos de vida e medicamentos que toma, para se poder fazer a história clínica dele;

- No exame físico, o médico tenta, com dois dedos, sentir os pulsos nas artérias da zona afetada, para tentar saber a gravidade da doença. Também pede análises do sangue, eletrocardiograma do coração, exame eco Doppler e arteriografia.



Sintomas mais comuns da Arteriosclerose

- Dilatações de algumas áreas dos vasos sangüíneos (aneurismas);

- Dor no peito tipo facada (angina ou infarto);

- Dores fortes na cabeça (derrame cerebral);

- Dores em braços e pernas (trombose).



 
Arteriosclerose dos Membros inferiores

É uma doença que acomete a parede das artérias. É sistêmica, ou seja, pode ocorrer em todas as artérias do corpo, principalmente nas do cérebro, coração e membros inferiores. Nestes, o principal sintoma é a dor, especialmente na panturrilha, durante o caminhar. Isto ocorre após o percurso de distâncias variáveis (longas ou muito curtas) e está relacionada diretamente com o grau de entupimento das artérias.

Em muitos casos, este quadro leva a uma incapacitação para o trabalho. O tratamento varia de acordo com a gravidade de cada caso. Em situações mais controladas os cuidados clínicos são basicamente exercícios físicos e controle dos fatores de risco como o hábito de fumar, além do possível uso de medicamentos vasodilatadores e de coagulação. Em casos mais graves o mais adequado é o tratamento cirúrgico.



Arteriosclerose e Diabetes

A arteriosclerose se instala rapidamente em indivíduos diabéticos que não controlam sua glicemia adequadamente, pois esta é a principal causa das complicações do diabetes, que incluem a neuropatia, a arteriopatia e a infecção.

Essas complicações do diabetes acometem com muita freqüência os pés; por isso se cunhou o termo "Pé Diabético". Após uma série de estudos foi constatado que a arteriopatia é geralmente distal, isto é, atinge as artérias abaixo do joelho, ocorrendo também nos capilares (os pequenos vasos da micro-circulação); a neuropatia provoca a redução da dor e sensibilidade nos pés, levando o paciente a ignorar dores e até feridas; e a infecção é o fator que leva, em questão de horas ou dias, à destruição dos tecidos. O tratamento da vasculopatia inclui o uso de medica-mentos, que irão dilatar os vasos ou tentar desobstruí-los.

Outros produtos agem evitando a coagulação do sangue ou a adesão das plaquetas - células que iniciam a trombose. Nem sempre o tratamento clínico é suficiente e, em alguns casos, pode-se optar pela cirurgia, através de pontes, como a de safena. Quando já existe necrose, o cirurgião vascular realizará uma drenagem cirúrgica retirando a parte do tecido morto. Quando está área é muito extensa (gangrena) o cirurgião realiza uma amputação. Algumas vezes esta solução extrema é o único recurso para salvar a vida do paciente, uma vez que a gangrena pode levar ao óbito. O controle rigoroso da glicemia é essencial para evitar o “pé diabético”. O auto-exame é a melhor forma de prevenção, por isso, seguem algumas recomendações:

- Examine, todos os dias, os seus pés. Verifique se existem bolhas, calos, úlceras, edemas, micose entre os dedos ou infecções;

- Examine e passe as mãos dentro de seus sapatos. Não use o calçado antes de examiná-lo com as mãos. Não use sapatos apertados e nunca ande descalço;

- Lave bem e diariamente os pés, usando água morna. Use sabão neutro. Enxágüe bem os pés e entre os dedos;

- Andar é o melhor exercício para a circulação. Ande pausadamente e de forma regular. Alguns quarteirões por dia são suficientes. Consulte seu médico;

- Abandone o cigarro para preservar a sua circulação;

- Corte as unhas com cuidado, evitando machucar a pele. Não retire a "cutícula", ela protege sua unha. Não permita que extraiam sua unha sem um exame médico prévio;

- Nos dias frios, proteja os pés usando meias de lã ou algodão, bem folgadas. Nunca use nada que aperte seus pés e possa prejudicar o fluxo sangüíneo;

- Nunca confie na sua sensibilidade térmica ou dolorosa. Evite os excessos de calor e frio. O fato de você sentir que seu pé está frio não significa que esteja. Nunca aplique saco de água quente nos pés.



 
Prevenção da Arteriosclerose

- Evitar sempre que possível alimentos gordurosos (gordura animal) como carne de porco, toucinho, banha de porco, pele de frango, etc.

- Evitar cigarro e bebidas alcoólicas em excesso;

- Manter uma alimentação balanceada, evitando a obesidade;

- Verificar a pressão arterial com freqüência, principalmente após os 40 anos de idade;

- Utilizar sempre que possível cápsulas de sementes de uva em pó;

- Ingerir frutas e verduras;

- Realizar exame de dosagem do colesterol no sangue sempre que possível;

- Praticar alguma atividade física regularmente.



 
ATENÇÃO: O melhor remédio contra a Arteriosclerose é a prevenção!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Fibrose Cística

É uma doença herdada geneticamente. Na maioria das vezes, é diagnosticada na infância, embora também possa ser diagnosticada na adolescência ou na vida adulta.

As pessoas com fibrose cística tem um funcionamento anormal das glândulas que produzem o muco, suor, saliva, lágrima e suco digestivo.

O pâncreas - um órgão localizado no abdome que tem como função auxiliar na digestão dos alimentos e produzir hormônios - está afetado em quase todos casos de fibrose cística. As enzimas digestivas do pâncreas estão alteradas e podem dificultar a digestão dos alimentos. Até 10-20% dos recém-nascidos com fibrose cística podem ter uma obstrução no intestino por causa da insuficiência no funcionamento das enzimas do pâncreas. Este problema é chamado de íleo meconial, e a criança não consegue evacuar. A cirurgia é quase sempre necessária nesta situação.

Na fibrose cística, as enzimas do pâncreas, que deveriam ajudar a digerir alimentos gordurosos, não são liberadas para dentro do intestino. Com isso, os alimentos (principalmente os gordurosos) são mal digeridos e as fezes podem ficar volumosas, espessas, fétidas e gordurosas. Além do problema pancreático, há o problema respiratório devido à obstrução das passagens de ar do pulmão pelo acúmulo de muco espesso e pegajoso.

Então, as pessoas com esta doença podem ter esses sintomas respiratórios:

Tosse, expectoração excessiva de muco (catarro), respiração difícil e chiado no peito.

A fibrose cística é diagnosticada pelo médico quando a pessoa apresenta doença respiratória persistente ou evidência de insuficiência do pâncreas ou ambas, ou história familiar de fibrose cística em irmão ou primo de primeiro grau, além da concentração de cloro no sangue acima do normal. O médico, ao suspeitar de fibrose cística, solicita o teste do cloreto no suor. Em alguns casos, a análise genética poderá ser feita para o diagnóstico. O teste do “pezinho” faz a triagem desta doença.

O tratamento é voltado para a solução dos sintomas e das deficiências causadas pela doença.

O uso de enzimas pancreáticas e modificações na dieta auxiliam na digestão.

Em relação à parte respiratória, são usados antibióticos quando ocorrem as infecções respiratórias ou de forma preventiva. As infecções respiratórias são freqüentes e caracterizam a doença. Os pacientes apresentam, no início, infecções causadas pela bactéria Haemophilus influenzae. Depois, podem começar a ter infecções respiratórias por Staphylococcus aureus e, mais adiante, por Pseudomonas aeruginosa ou por Burkholderia. Outros microorganismos também podem causar infecção e deterioração da situação do paciente.

Os broncodilatadores também podem diminuir a falta de ar em algumas pessoas com fibrose cística.

Medicações que deixam as secreções mais finas e outros mucolíticos, que ajudam na retirada do muco excessivo para fora dos pulmões, também podem auxiliar nesta doença.

A fisioterapia respiratória, exercícios aeróbicos e a drenagem postural também são importantes, pois facilitam a saída do excesso de muco das vias respiratórias. Esta higiene das vias respiratórias melhora os sintomas da doença e faz com que as infecções respiratórias não sejam tão freqüentes. Em alguns casos, o oxigênio domiciliar pode ser necessário para a melhora da falta de ar. 

Em alguns casos, pode ser usado o DNA recombinante humano administrada por um nebulizador específico para tal. Nos casos em que há um declínio significativo da função pulmonar e do peso do paciente, mesmo com o tratamento e suporte nutricionais adequados, pode ser indicado o transplante pulmonar.

Testes genéticos podem ajudar na prevenção, já que até 80% das pessoas com gene anormal poderão ser identificadas. Isto poderá auxiliar nas decisões em relação ao planejamento familiar. Estes testes genéticos também podem ser realizados em fetos.

Em todos recém nascidos é realizado o teste do tripsinogênio imunorreativo (TIR), um exame padrão para detecção da fibrose cística em recém nascidos. Um elevado nível TIR indica grande possibilidade de fibrose cística e requer exames adicionais.

Os indivíduos doentes deverão ser vacinados contra a gripe anualmente e contra o pneumococo (bactéria freqüente em infecções respiratórias) cada 5 anos, conforme orientação de seu médico para tentar reduzir a freqüência das complicações respiratórias da doença.

Artrite Reumatóide

Artrite reumatóide (AR) é uma doença crônica de causa desconhecida. A característica principal é a inflamação articular persistente mas há casos em que outros órgãos são comprometidos.

É doença comum e a prevalência pode chegar a 1,5% da população em algumas regiões. É mais freqüente em mulheres e costuma iniciar-se entre 30 e 50 anos de idade, mas compromete também homens e crianças. Para que se desenvolva a doença são necessárias algumas combinações de defeitos genéticos e a presença de um ou mais estímulos externos, o que faz com que a incidência em familiares de pacientes com Artrite Reumatóide (AR) não seja grande.

Existe uma predisposição genética e alguns genes foram identificados. Não se conhece a causa da Artrite Reumatóide (AR) e pensa-se que haja vários estímulos diferentes, quando em contato com indivíduos que têm defeitos de origem genética no sistema imune, desencadeiem resposta inflamatória. A persistência dos estímulos ou a incapacidade do sistema imune em controlar a inflamação levam à cronicidade da doença. A membrana sinovial prolifera e libera enzimas produzidas por células localmente. Tanto a invasão da membrana sinovial como a ação das enzimas provocam destruição das estruturas articulares (cartilagem e ossos vizinhos) e juxta-articulares (tendões e ligamentos).

A forma mais freqüente de início da doença é artrite simétrica (por exemplo: os dois punhos, os dedos das duas mãos) e aditiva (as primeiras articulações comprometidas permanecem e outras vão se somando). Costuma ser de instalação lenta e pouco agressiva, localizando-se inicialmente nas pequenas articulações das mãos.

Existem formas agudas e rapidamente limitantes. Com menor freqüência, começa em grandes articulações ou de modo assimétrico. Pode permanecer assim ou evoluir para poliartrite simétrica clássica. Todas as articulações periféricas podem ser envolvidas e os danos à coluna cervical podem ser muito graves. Somente em AR muito agressiva haverá artrite nas articulações interfalangianas distais dos dedos e será de instalação tardia. Artrite temporomandibular é comum.

Uma característica da Artrite Reumatóide (AR) é a rigidez matinal. Após uma noite de sono, os pacientes amanhecem com importante dificuldade em movimentar as articulações, a qual permanece por mais de 1 hora. Nos casos mais graves a rigidez matinal alivia somente parcialmente, permanecendo dor e limitação de movimentos permanentemente. Alguns pacientes queixam-se de mal-estar, fadiga e dor muscular que podem acompanhar ou anteceder a artrite. Rigidez matinal e fadiga no final da tarde são usados para avaliar atividade da doença.

As alterações destrutivas articulares são variáveis em um mesmo enfermo e entre a população com Artrite Reumatóide (AR). Há casos bastante benignos e com alterações discretas ou ausentes e outros em que as deformidades instalam-se progressivamente e tornam-se extremamente graves mesmo com tratamento adequado.

Alguns pacientes com Artrite Reumatóide (AR) típica contam que durante meses ou anos tiveram surtos passageiros de artrite em várias ou poucas articulações, antes da doença tornar-se crônica.

O curso clínico mais comum é caracterizado por alívio parcial da atividade inflamatória. Menos vezes, há inatividade por períodos variáveis de meses ou anos. Nos casos mais graves a doença evolue progressivamente levando, com o passar do tempo, a grave incapacidade articular.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Pedra na Vesícula - Tipos de tratamento

Esta é minha segunda postagem neste Blog e quero abordar um outro tema muito comum e pelo qual também tenho grande interesse em receber opiniões. Sou clínico geral a mais de 25 anos e atendo diariamente muitos casos de pacientes com pedra na vesícula. Ao longo de minha vida profissional já tratei inúmeros casos de pacientes com cálculos biliares, mas acredito que coletando informações e depoimentos de outros pacientes do Brasil e do mundo, posso tentar desenvolver um trabalho mais aprofundado sobre o tema. Gostaria de solicitar a colaboração de todos que puderem deixar seus relatos detalhados sobre suas experiências com pedras na vesícula. Conforme os relatos e depoimentos forem sendo postado, vou fazendo comentários e falando mais a respeito do assunto conforme o meu conhecimento. Ao final, tendo material suficiente, estarei publicando os resultados dos meus estudos e compartilhando com todos as minhas descobertas. Obrigado e sejam todos bem vindos ao meu espaço de informação na internet.

sábado, 7 de agosto de 2010

Calculo Renal e os tratamentos disponíveis

Estou estreando este blog com um tema muito comum e pelo qual tenho grande interesse em receber opiniões. Na verdade não sou muito adepto e nem muito familiarizado com computadores e a internet, mas como todos devemos nos adaptar conforme as necessidades surgem, resolvi encarar o desafio e iniciar este blog. Sou clínico geral a mais de 25 anos e no momento estou realizando uma pesquisa sobre cálculos renais. Ao longo de minha vida profissional já tratei inúmeros casos de pacientes com cálculos renais, mas acredito que coletando informações e depoimentos de outros pacientes do Brasil e do mundo, posso tentar desenvolver um trabalho mais aprofundado sobre o tema. Gostaria de solicitar a colaboração de todos que puderem deixar seus relatos detalhados sobre suas experiências com cálculos renais. Conforme os relatos e depoimentos forem sendo postado, vou fazendo comentários e falando mais a respeito do assunto conforme o meu conhecimento. Ao final, tendo material suficiente, estarei publicando os resultados dos meus estudos e compartilhando com todos as minhas descobertas. Obrigado e sejam todos bem vindos a este novo espaço de informação na internet.

Link do novo tópico sobre o tema cálculo renal e o NQI: http://ademirpessanha.blogspot.com/2011/02/calculo-renal-e-o-nqi-sera-que-funciona.html