Antes de mais nada, é preciso explicar o que é a nefrologia e, por consequência, o que faz o médico nefrologista.
O termo Nefros vem do Grego e significa Rins. Logo, nefrologista é aquele que estuda as funções e as doenças dos rins.
Então, você me pergunta: E o Urologista?
A Urologia é a especialidade cirúrgica que lida com o trato urinário e reprodutivo.
Portanto, o nefrologista é o clínico especializado no sistema urinário e o urologista, o cirurgião. É a mesma relação que há, por exemplo, entre os cardiologistas e os cirurgiões cardíacos, e entre os neurologistas e os neurocirurgiões.
A principal doença com que o nefrologista lida é a insuficiência renal crônica, estado em que o rim funciona menos de 60% de sua capacidade.
Apesar de ser a doença chave da especialidade, a maioria dos doentes chegam a nós nefrologistas com menos de 30% da função, em uma fase que pouco pode ser feito para tentar impedir o avanço da doença em direção a hemodiálise. Isso obviamente não é culpa só dos pacientes, mas principalmente dos seus médicos que demoram a referenciar ao nefrologista seus doentes renais crônicos.
Os pacientes renais crônicos que chegam ao nefrologista precocemente apresentam:
- Menor mortalidade;
- Melhor controle da pressão arterial;
- Menos doenças associadas a falência renal como lesões ósseas, anemia, desnutrição e doenças cardiovasculares;
- Menor perda de função renal e consequentemente maior chance de não evoluírem para hemodiálise;
- Aqueles que acabam precisando de hemodiálise, apresentam menos complicações e menor mortalidade, além de um melhor preparo e menor tempo para o transplante renal se for este o desejo do paciente;
- Podem receber tratamento em tempo hábil para doenças que levam a insuficiência renal terminal quando não tratadas corretamente.
Então, quando é que se indica uma avaliação pelo nefrologista ?
• Quando há alterações na taxa de creatinina sanguínea, que é o principal marcador da função renal;
• Quando a urina estiver espumando muito ou quando for detectado presença de proteínas na mesma em exames laboratoriais;
• Quando a urina estiver muito escura ou avermelhada, ou quando exames laboratoriais indicarem presença de sangue na urina, mesmo que esta seja microscópica e imperceptível ao paciente;
• Infecção urinária de repetição, principalmente se forem mais de 3 episódios por ano;
• Mais de 1 episódio de cálculo renal. O urologista trata os cálculos, mas é o nefrologista quem impede que novas pedras surjam;
• Diabéticos e hipertensos de longa data devem ter pelo menos uma avaliação com o nefrologista já que as duas doenças são as principais causas de insuficiência renal crónica e necessidade de hemodiálise no mundo;
• Aparecimento de edemas (inchaços) difusos, principalmente nas pernas e no rosto;
• Alterações no potássio, sódio, fósforo, ácido úrico, magnésio e cálcio sanguíneos que o clínico geral não identifique facilmente;
• Aparecimento de múltiplos cistos renais em exames como ultra-som (ecografia), tomografia computadorizada ou ressonância magnética. História familiar de rins policísticos também indica uma consulta ao nefrologista;
• Alterações na forma ou tamanho dos rins descobertos através dos exames de imagem descritos acima
• Doentes portadores de Lúpus;
• Excesso de urina.
Uma referenciação em tempo certo ao médico nefrologista pode ser a diferença entre estar plenamente curado ou necessitar de hemodiálise para o resto da vida.
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